A operação combate a sonegação fiscal nas vendas interestadual de cereais
A Polícia Civil de Minas Gerais realiza a operação "Quem Viver Verá", que investiga a sonegação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A apuração investiga um esquema bilionário de emissão de notas fiscais falsas voltado para sonegação fiscal nas operações de venda interestadual de cereais.
Para fugir do pagamento do imposto, os corretores, principais alvos da operação, utilizam empresas de fachada dentro do estado de Minas Gerais, as chamadas noteiras, para acobertar o trânsito das mercadorias adquiridas sem documento fiscal do produtor rural ou mesmo com documento fiscal.
No primeiro caso, o produtor rural se beneficia da nota fiscal de terceiros (noteiras) para omitir suas operações sonegando o ICMS, o Imposto de Renda e o funrural devidos na operação real (produtor direto para indústria).
No segundo caso, também há sonegação de ICMS, a despeito da emissão da nota fiscal, na medida em que a nota fiscal emitida pelo produtor rural é falsa. A mercadoria não é vendida para cerealista (noteira) e muito menos levada à sede desta para beneficiamento. o golpe conferia o regular uso dos benefícios do diferimento. Na prática, há emissão da nota fiscal do produtor para cerealista com o objetivo de aproveitar tais benefícios fiscais, e outra desta para indústria (fora de Minas Gerais), ambas falsas, já que a operação real ocorre entre indústria e produtor rural.
De acordo com o delegado Regional da Polícia Civil de Araxá, Vitor Hugo Heisler, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão em Ibiá, no Triângulo Mineiro, e um em São Gotardo, no Alto Paranaíba. Também foram apreendidos celulares, computadores, documentos e dinheiro.
A operação conta com dois delegados, um em Campos Altos e um de Araxá. No total são 17 investigadores, oito em Araxá, três em Campos Altos, três em Ibiá e três em São Gotardo.