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Postado em: 12/08/2020 - 22:05 Última atualização: 13/08/2020 - 14:51
Por: Márcio Rosa - Portal Imbiara

Polícia Civil pede afastamento do secretário de Ação Social de Araxá na operação Malebolge

Afastamento do secretário Moisés Pereira Cunha e de outros dois servidores tem aval do Ministério Público

Moisés em pé ao centro quando a Polícia foi a Secretaria. Foto: PCMMG / Divulgação

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que pediu o afastamento de três servidores públicos de Araxá.  Entre eles, o secretário Municipal de Ação e Promoção Social, Moisés Pereira Cunha.  O pedido é um desdobramento da operação "Malebolge", deflagrada na terça-feira (11), em Araxá. O pedido de afastamento teve o aval do Ministério Público e foi encaminhado à Justiça Eleitoral. 

A reportagem do Portal Imbiara apurou que entre os servidores suspeitos que tiveram o afastamento pedido pela Polícia Civil estão a ex-secretária de Governo Lucimary Ávila, que hoje é Assessora Executiva 1, e o marido dela, Leovander Gomes de Ávila, que ocupa o cargo de assessor 1 na Secretaria de Ação e Promoção Social. O casal está preso ao lado de mais um servidor da Prefeitura de Araxá e do casal de sócios que administra a empresa investigada, na Penitenciária na cidade de Sacramento, no Alto Paranaíba.  

Além do afastamento da função pública, foi feito o pedido de outras duas medidas: a proibição dos suspeitos de se aproximar de órgão públicos municipais e de ter contato com servidores públicos. 

Operação “Malebolge”

O delegado de trânsito de Araxá, Renato Alcino, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (11),  na sede do Detran da cidade, para esclarecer as cinco prisões realizadas na operação "Malebolge", que significa círculo da fraude. A operação investiga desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá.  

Foram realizados 23 mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura, na rua Olegário Maciel, na casa de prestadores de serviço de transporte e de pessoas ligadas diretamente à administração da cidade e na sede da Secretaria Municipal de Ação Social.

Cinco pessoas suspeitas foram presas, entre elas a ex-secretária de Governo Lucimary Ávila, o superintendente de Fazenda da Prefeitura de Araxá, Leovander Gomes de Ávila, um assessor e sócios da empresa investigada. A operação é uma ação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público de Minas Gerais, que teve inicio em 2016. Em 2016 teve início uma investigação que resultou em dez inquéritos policiais, os últimos três instaurados neste ano. Nos inquéritos foram encontrados crimes de lavagem de dinheiro, crimes de corrupção, falsidade ideológica, organização criminosa, entre outros crimes.

O delegado Renato Alcino afirmou que "os envolvidos operavam para realizar o desvio de recursos públicos superfaturando o valor de viagens realizadas pela empresa para a Prefeitura de Araxá e a Secretaria Municipal de Ação Social". Segundo o delegado, a investigação foi intensificada desde o mês de maio

"A Polícia Civil vem requisitando da Prefeitura Municipal semanalmente cerca de 20 documentos, através de seu procurador-Geral, Jonathan Renaud de Oliveira, para apurar os desvios", disse Alcino.  

Para a realização da operação "Malebolge", a Polícia Civil envolveu 97 policiais e 32 viaturas. Foram expedidos dez mandados de busca e apreensão em propriedades rurais e urbanas, mais cinco mandados de prisão temporária para cinco pessoas envolvidas, sendo três delas vinculadas ao Executivo municipal e duas delas sócias da empresa investigada. Apenas uma empresa de locação de vans e microônibus  está sendo investigada.

Foi pedido o bloqueio das contas bancárias dos investigados. Foram bloqueados 16 imóveis, entre eles uma fazenda. Os bens estão nos nomes  dos investigados ou em nome de terceiros, adquiridos através de contrato de gaveta, sem registro público. Também foram bloqueados 23 veículos e outros até o momento 20 veículos foram apreendidos.

O valor estimado de todos os bens apreendidos e bloqueados é aproximadamente é de R$ 2 milhões. A Polícia Civil trabalha com o parâmetro do valor de contrato da empresa de transportes sobre dúvida, no valor de R$ 5 milhões.