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Postado em: 17/08/2020 - 19:09 Última atualização: 18/08/2020 - 14:25
Por: Márcio Rosa - Portal Imbiara

Polícia Civil investiga indícios de outros crimes dos suspeitos da operação “Malebolge” em Araxá

Os cinco investigados darão um novo depoimento nesta terça-feira (18) na Delegacia Regional da cidade

Suspeitos foram encaminhados presos para Penitenciária em Sacramento. Foto: Portal Imbiara

A Polícia Civil informou, em nota na noite desta segunda-feira (17), que em desdobramento da operação “Malebolge”, ao analisar os documentos apreendidos para a investigação, identificou indícios de outros crimes envolvendo empresas da cidade de Araxá. 

A investigação é pelo crime de lavagem de dinheiro, em razão dos recursos desviados da Prefeitura Municipal, e por favorecimento e ocultamento dos valores desviados por meio da alienação de imóveis. 

A Polícia ainda confirma que os cinco suspeitos presos na Penitenciária na cidade de Sacramento, no Alto Paranaíba, os ex-assessores da Prefeitura de Araxá Lucimary de Fátima da Silva Ávila, Leovander Gomes de Ávila, Zeceli Campos Ribeiro e o casal proprietário da empresa investigada serão interrogados nesta terça-feira (18), na Delegacia Regional de Araxá.

Os investigados tiveram seus mandados de prisão temporários prorrogados na última sexta-feira (14). O mandado anterior venceu no sábado (15). Com a prorrogação, eles deverão permanecer presos até a próxima quinta-feira (20). Os três ex-assessores foram exonerados de seus cargos na Prefeitura de Araxá.

Operação “Malebolge”:

O delegado de trânsito de Araxá, Renato Alcino, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (11), na sede do Detran da cidade, para esclarecer as cinco prisões realizadas na operação "Malebolge", que significa círculo da fraude. A operação investiga desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá.  

Foram realizados 23 mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura, na rua Olegário Maciel, na casa de prestadores de serviço de transporte e de pessoas ligadas diretamente à administração da cidade e na sede da Secretaria Municipal de Ação Social.

Cinco pessoas suspeitas foram presas, entre elas a ex-secretária de Governo Lucimary Ávila, o superintendente de Fazenda da Prefeitura de Araxá, Leovander Gomes de Ávila, um assessor e sócios da empresa investigada. A operação é uma ação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público de Minas Gerais, que teve início em 2016. Em 2016 teve início uma investigação que resultou em dez inquéritos policiais, os últimos três instaurados neste ano. Nos inquéritos foram encontrados crimes de lavagem de dinheiro, crimes de corrupção, falsidade ideológica, organização criminosa, entre outros crimes.

O delegado Renato Alcino afirmou que "os envolvidos operavam para realizar o desvio de recursos públicos superfaturando o valor de viagens realizadas pela empresa para a Prefeitura de Araxá e a Secretaria Municipal de Ação Social". Segundo o delegado, a investigação foi intensificada desde o mês de maio

"A Polícia Civil vem requisitando da Prefeitura Municipal semanalmente cerca de 20 documentos, através de seu procurador-Geral, Jonathan Renaud de Oliveira, para apurar os desvios", disse Alcino.  

Para a realização da operação "Malebolge", a Polícia Civil envolveu 97 policiais e 32 viaturas. Foram expedidos dez mandados de busca e apreensão em propriedades rurais e urbanas, mais cinco mandados de prisão temporária para cinco pessoas envolvidas, sendo três delas vinculadas ao Executivo municipal e duas delas sócias da empresa investigada. Apenas uma empresa de locação de vans e micro-ônibus está sendo investigada.

Foi pedido o bloqueio das contas bancárias dos investigados. Foram bloqueados 16 imóveis, entre eles uma fazenda. Os bens estão nos nomes dos investigados ou em nome de terceiros, adquiridos através de contrato de gaveta, sem registro público. Também foram bloqueados 23 veículos e outros até o momento 20 veículos foram apreendidos.

O valor estimado de todos os bens apreendidos e bloqueados é aproximadamente é de R$ 2 milhões. A Polícia Civil trabalha com o parâmetro do valor de contrato da empresa de transportes sobre dúvida, no valor de R$ 5 milhões.

Para ouvir o Delegado responsável pela operação “Malebolge”, Renato Alcino, acesse aqui: