Polícia Civil vai analisar a necessidade da conversão da prisão temporária para preventiva
O delegado responsável pela operação “Malebolge”, que investiga a suspeita de desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, ouviu nesta terça-feira (18) novamente os cinco suspeitos presos na investigação. Os investigados estão presos na Penitenciária na cidade de Sacramento, no Alto Paranaíba. Entre eles, os ex-assessores da Prefeitura de Araxá Lucimary de Fátima da Silva Ávila, Leovander Gomes de Ávila e Zeceli Campos Ribeiro foram encaminhados para a Delegacia Regional de Araxá para serem novamente interrogados pelo delegado Renato Alcino Vieira.
Ao contrário do primeiro depoimento acontecido na última semana, quando somente a mulher, sócia-proprietária da empresa de transportes investigada se pronunciou, desta vez nenhum dos cinco suspeitos falou com a polícia. Todos utilizaram dos seus direitos constitucionais de permanecer em silêncio diante dos questionamentos.
“Neste segundo depoimento, com o intuito de obter das pessoas investigadas a colaboração para identificarmos alguns pontos, talvez outros envolvidos, nós não tivemos respostas. É um direito constitucional. Foi respeitado, entretanto, à Polícia Civil cuidar de juntar as provas principalmente com os mandados de busca e apreensão e apresentar ao Ministério Público para avaliar as medidas a serem tomadas”, disse Renato Alcino. (ouça o áudio).
Os suspeitos estão presos de forma temporáriao. O prazo da detenção vence na próxima quinta-feira (20). O delegado explicou se a investigação vai pedir a prisão preventiva dos acusados. “A prisão preventiva não decorre simplesmente do silêncio dos investigados, isso é um direito deles. A polícia vai analisar se a liberdade deles de alguma maneira irá interferir nas investigações. Temos que avaliar a reiteração criminosa dessas pessoas para depois pleitearmos uma eventual conversão da prisão temporária para preventiva. É uma hipótese que é considerada”, explicou Alcino.
O responsável pelas investigações voltou a afirmar que não são descartadas novas prisõe. Segundo o delegado, ao decorrer das investigações, caso apareçam informações que configurem crimes, a polícia vai avaliar se está no contexto ou não da investigação e que a avaliação de novas prisões vai depender do que já foi apurado pelas investigações e se os envolvidos direta ou indiretamente de alguma foram ofereçam risco a produção de provas.
Operação Malebolge:
No dia 11 de abril foi realizada a operação “Malebolge", em Araxá, pela Polícia Civil de Minas Gerais.
Além do pedido de bloqueio das contas bancárias dos cinco suspeitos de desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, a polícia também realizou a apreensão de 20 veículos e o bloqueio de outros 23 automóveis.