Operação investiga desvio de recursos públicos na Prefeitura da cidade; buscas e apreensões foram feitas em três imóveis
A operação “Malebolge”, que investiga o desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, teve sua segunda fase desencadeada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (20). Duas pessoas foram presas nessa segunda fase e buscas e apreensões foram feitas em três imóveis na cidade. Entre as pessoas presas, estão o filho de um casal de empresários acusado de desvio de recursos públicos da Prefeitura de Araxá e um contador da empresa.
Nessa segunda fase da operação, alguns documentos buscados foram encontrados na Prefeitura de Araxá e na casa de um dos investigados.
As duas pessoas presas nesta quinta-feira são suspeitas de forjar notas fiscais de prestação de serviços de transportes prestados à Prefeitura de Araxá e de transferência irregular de recursos entre a empresa investigada e uma outra empresa. Segundo a Polícia Civil, os documentos de contabilidade da empresa investigada eram adulterados. “Existem fortes suspeitas de que apenas 10% das notas fiscais repassadas do serviços prestados à Prefeitura entravam na contabilidade da empresa”, diz o delegado Renato Alcino, responsável pela operação.
Na primeira fase, a Polícia Civil indiciou cinco pessoas presas na operação "Malebolge" por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo duas delas apontadas como líderes do grupo. Os indiciados podem ser condenados a uma pena de até 71 anos de prisão.
Os presos indiciados na operação são os ex-servidores da Prefeitura de Araxá Lucimary de Fátima da Silva Ávila, Leovander Gomes de Ávila, Zeceli Campos Ribeiro e o casal proprietário da empresa.
O delegado de Trânsito de Araxá, Renato Alcino, responsável pela operação, afirmou que os indiciados faziam parte de uma organização criminosa que interferia e corrompia os processos de licitação de serviços de transportes contratados pela Prefeitura da cidade.
A Polícia Civil ouviu também o depoimento de dois empresários, funcionários e ex-funcionários da prefeitura, além de dois ex-prefeitos da cidade. Todos foram ouvidos na investigação da venda de imóveis por meio de contrato de gaveta (sem registro em cartório) na operação.