Investigados são suspeitos de forjar notas fiscais de prestação de serviços de transportes prestados à Prefeitura de Araxá
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e o Ministério Público (MP) ouviram nesta terça-feira (25), o depoimento do filho do casal proprietário da empresa de transporte investigada na primeira fase da operação "Malebolge" e um contador. Ambos são suspeitos de forjar notas fiscais de prestação de serviços de transportes prestados à Prefeitura de Araxá e de transferência irregular de recursos entre a empresa investigada e outra empresa.
O interrogatório que aconteceu na sede da Delegacia Regional em Araxá e durou cerca de 3h30. O delegado Renato Alcino Vieira fez uma análise do novo depoimento. “Nesse segundo depoimento eles trouxeram algumas informações que nós vamos, a partir dos dados que foram revelados, fazer um levantamento do que nós temos no inquérito para verificarmos onde podemos avançar nas investigações”. (Ouça o áudio).
Ainda de acordo com Renato Alcino, a possibilidade de pedido da prisão preventiva dos acusados será avaliada a partir das provas e do que foi relatado no novo interrogatório que a Polícia vai levantar até a próxima sexta-feira (28), quando vence a prorrogação das prisões temporárias que foram prorrogadas pela Justiça.
Para o promotor de Justiça Marcus Paulo de Queiroz Macêdo, que acompanha todo o processo de investigação da Polícia Civil, o depoimento desta quarta-feira foi produtivo. “É uma operação muito importante pelos fatos que estão sendo apurados e exige um acompanhamento de perto do Ministério Público. Depois de mais de 3h de depoimentos, eles foram muito importantes para elucidação dos fatos e para continuidade das investigações”.
Procurado pela reportagem, um dos advogados do filho do casal proprietário da empresa de transportes investigada, Tiago Juvêncio, disse que a defesa só irá se pronunciar após ter acesso a todos os documentos da investigação.
A operação “Malebolge”, que investiga o desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, teve sua segunda fase desencadeada pela Polícia Civil na quinta-feira (20).
Os dois investigados que foram ouvidos nesta terça-feira foram presos nessa segunda fase e buscas e apreensões foram feitas em três imóveis na cidade. Nessa fase da operação, alguns documentos buscados foram encontrados na Prefeitura de Araxá e na casa de um dos investigados. Os suspeitos retornaram para o Presídio na cidade de Sacramento, no Alto Paranaíba.
Operação Malebolge:
Na primeira fase, a Polícia Civil indiciou cinco pessoas presas na operação "Malebolge" por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo duas delas apontadas como líderes do grupo. Os indiciados podem ser condenados a uma pena de até 71 anos de prisão.
Os presos indiciados na operação são os ex-servidores da Prefeitura de Araxá Lucimary de Fátima da Silva Ávila, Leovander Gomes de Ávila, Zeceli Campos Ribeiro e o casal proprietário da empresa.
O delegado Renato Alcino Vieira, responsável pela operação, afirmou que os indiciados faziam parte de uma organização criminosa que interferia e corrompia os processos de licitação de serviços de transportes contratados pela Prefeitura da cidade.
A Polícia Civil ouviu também o depoimento de dois empresários, funcionários e ex-funcionários da prefeitura, além de dois ex-prefeitos da cidade. Todos foram ouvidos na investigação da venda de imóveis por meio de contrato de gaveta (sem registro em cartório) na operação.