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Postado em: 28/08/2020 - 19:12 Última atualização: 29/08/2020 - 19:31
Por: Márcio Rosa - Portal Imbiara

Filho de casal investigado na operação Malebolge em Araxá tem prisão preventiva decretada

Suspeito é investigado por suspeita de forjar notas fiscais de prestação de serviços à Prefeitura da cidade

Delegacia Regional de Polícia Civil. Foto: Portal Imbiara

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta sexta-feira (28) que encontrou elementos suficientes para embasar o pedido de prisão preventiva do filho do casal investigado na operação "Malebolge", em Araxá, e a prisão foi decretada pela Justiça. 

As investigações dão conta que o rapaz aderiu ao projeto criminoso a partir do momento que abriu uma empresa para lavar o dinheiro desviado da Prefeitura de Araxá.

Para o delegado responsável pela operação, Renato Alcino, responsável pelas investigações, o conteúdo probatório foi suficiente para que fosse solicitada a prisão do filho do casal. "Temos provas suficientes que ele está envolvido no esquema criminoso. Os filhos que verdadeiramente merecem a atenção do Estado são das famílias econômicas e socialmente vulneráveis e os filhos das autoridades que se dispõem a combater o crime. Os crimes cometidos pelo filho do casal investigado na operação 'Malebolge' retira recursos municipais que poderiam proporcionar aos filhos das famílias menos abastadas melhores condições de educação, saúde, assistência social, enfim; condições mais dignas, como preconiza a nossa Constituição Federal", afirmou.

Os bens da empresa, como valores em contas bancárias e imóveis, também foram bloqueados. Ainda de acordo com as investigações, há fortes indícios que a empresa foi utilizada pelo grupo criminoso para, além de lavar dinheiro, patrocinar outras infrações criminais cometidas pelo grupo criminoso. 

Outros procedimentos estão sendo instaurados para a continuação das investigações. O suspeito continuará preso no Presídio de Sacramento, no Alto Paranaíba, até o fim do período de quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, quando será transferido para o Presídio em Araxá. A prisão preventiva pode durar até 180 dias.

Entenda o caso:

A operação “Malebolge”, que investiga o desvio de recursos públicos estimados em mais de R$ 5 milhões em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, teve sua segunda fase desencadeada pela Polícia Civil no dia 20 de agosto.  

Duas pessoas foram presas nessa segunda fase e buscas e apreensões foram feitas em três imóveis na cidade. Entre as pessoas presas, estão o filho de um casal de empresários acusados de desvio de recursos públicos da Prefeitura de Araxá e um contador da empresa.

Na segunda fase da operação, alguns documentos buscados foram encontrados na Prefeitura de Araxá e na casa de um dos investigados.

As duas pessoas são suspeitas de forjar notas fiscais de prestação de serviços de transportes prestados à Prefeitura de Araxá e de transferência irregular de recursos entre a empresa investigada e uma outra empresa. 

Segundo a Polícia Civil, os documentos de contabilidade da empresa investigada eram adulterados. “Existem fortes suspeitas de que apenas 10% das notas fiscais repassadas dos serviços prestados à Prefeitura entravam na contabilidade da empresa”, diz o delegado Renato Alcino, responsável pela operação.

Na primeira fase, a Polícia Civil indiciou cinco pessoas presas na operação "Malebolge" por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo duas delas apontadas como líderes do grupo. Os indiciados podem ser condenados a uma pena de até 71 anos de prisão.

Os presos indiciados na operação são os ex-servidores da Prefeitura de Araxá Lucimary de Fátima da Silva Ávila, Leovander Gomes de Ávila, Zeceli Campos Ribeiro e o casal proprietário da empresa.

O delegado de Trânsito de Araxá, Renato Alcino, responsável pela operação, afirmou que os indiciados faziam parte de uma organização criminosa que interferia e corrompia os processos de licitação de serviços de transportes contratados pela Prefeitura da cidade.