Prédio deve ir a leilão, nova diretoria tenta parar o leilão para vender o prédio
Prédio onde funcionou a Associação de Assistência à Pessoa com Deficiência de Araxá (FADA) estava completamente abandonado desde meados de 2022, após nova diretoria eleita em Assembleia, instituição quer parar o leilão para vender o prédio, arcar com as dívidas e recomeçar.
Em outubro de 2020 a FADA ficou sob intervenção judicial, tendo a diretoria e o conselho fiscal afastados diante das investigações da operação Malebolge da Polícia Civil e denúncia apresentada pelo Ministério Público. Na época a interventora Cristiane Gonçalves Pereira foi nomeada, posteriormente ao período de intervenção foi realizada a eleição de uma nova diretoria que assumiu a instituição.
A Fada que já tinha uma dívida continuou apresentando problemas financeiros e principalmente trabalhistas, mesmo com a nova diretoria, em 2022 a coordenação da Fada afirmava não ter dinheiro para pagar o salário dos funcionários. A Fada dizia que aguardava verbas aprovadas de Termos de Fomento, que foi suspenso devido a instituição não prestar contas mensal, tendo ainda recebido cinco parcelas de R$39.959,33 da Prefeitura.
A então diretoria abandonou a instituição e trancou as portas em meados de 2022 sem ao menos informar os pacientes ou o Ministério Público, que disse ao Portal Imbiara anteriormente não ter sido informado ou formalizado sobre o fechamento da instituição. Leia mais.
Em 2023 o juiz de Direito Renato Zoain Zupo, inocentou Maria da Conceição (Cota) e outros envolvidos na investigação referente à Ação Penal movida pelo Ministério Público sobre a Malebolge. Leia mais.
Cota no dia 7 de novembro convocou os associados da instituição para uma Assembleia, realizou a eleição e posse de uma nova diretoria, e na última sexta-feira (10) a nova diretoria esteve no prédio abandonado pela antiga gestão para analisar e registrar a situação do local.
O Portal Imbiara acompanhou a abertura do prédio, no local havia muita sujeira, comida abandonada nos freezers desligados, equipamentos deteriorando e parados, brinquedos esparramados, veículos parados, salas que viraram casa para morcegos e bichos, uma piscina abandonada com água sendo um possível foco de dengue e ainda gerando um sério problema de infiltração para o vizinho do prédio.
Alguns ex-funcionários que acompanharam a abertura perceberam a falta de alguns equipamentos usados em reabilitação e fisioterapia. Mas o advogado Walter Gustavo explica que tudo será comparado com o relatório feito pela própria interventora. “Foi feito um documento, um laudo para constatar e declarar a situação que estava a associação naquele momento, dito isso esse laudo trouxe um inventário do patrimônio e por óbvio as dívidas que a Associação tinha, naquela época ela tinha cerca de 86 funcionários ela tinha uma dívida que totaliza algo em torno de R$ 530 mil reais naquela época. “É o que diz o documento produzido pela interventora indicada pelo Ministério Público e nomeada pelo poder judiciário”, ressaltou o advogado.
O prédio tem um leilão agendado para o dia 23 de novembro definido pela Justiça do Trabalho para arcar com dívidas trabalhistas. “O que estamos tentando fazer após regulamentar, regularizar a documentação é fazer uma espécie de intervenção nesse processo para gente ganhar um tempo, cerca de 30 a 60 dias e tentar achar um comprador para o prédio porque o leilão a sistemática que é aplicada ele é avaliado fora do valor que ele vale, a pessoa que vêm para adquirir esse tipo de prédio no leilão eles apresentam lances baixos, a intenção é conseguir uma suspensão desse leilão e confesso que juridicamente falando não tem nenhum fundamento, terá que contar com a eventual ‘caridade’ do juiz desse processo e das partes que estão no processo de execução. Posteriormente, com a suspensão procurar alguém para comprar o prédio, essa é a única solução que a gente verifica, vender o prédio pelo valor que ele vale para quitar todas as dívidas e ver se sobra algum numerário para reiniciar a instituição”, explicou Walter.
A Associação de Assistência à Pessoa com Deficiência de Araxá (FADA) foi aberta em 1984 e era uma instituição que prestava atendimento a pessoas com deficiência, oferecendo serviços de fisioterapias, médicos, aulas e demais atividades voltadas para o desenvolvimento e aprendizado de crianças, jovens e adultos com deficiência.
Assista no vídeo a situação da instituição: