Em entrevista à Rádio Imbiara, a fundadora da associação desabafa e pede ajuda da comunidade para reerguer a Fada
Uma instituição que desde 1984 atendia pessoas com deficiência teve suas atividades interrompidas devido a problemas financeiros e agora tenta se reerguer para voltar à ativa. A Associação de Assistência à Pessoa com Deficiência de Araxá (Fada) oferecia serviços de fisioterapia, atendimento médico, aulas e outras atividades voltadas para o desenvolvimento e aprendizado de crianças, jovens e adultos com deficiência. Porém, hoje a realidade é bem diferente. O prédio que abrigava essas ações está totalmente abandonado, causando um caos social, segundo a atual presidente da Fada, Maria da Conceição Aguiar Santos (Cota), em entrevista para a Rádio Imbiara 91,5 FM.
Cota foi a fundadora da Fada nos anos 1980 e agora retorna à instituição nesse processo de resgate da dignidade e do trabalho anteriormente realizado. Ela lamenta o estado em que ficou o prédio, localizado na rua Jaime Jacob de Ávila. Imagens mostram o local com muita sujeira, comida abandonada nos freezers desligados, equipamentos deteriorados e parados, brinquedos espalhados, veículos parados, salas que viraram abrigo para morcegos e outros animais, além de uma piscina abandonada com água, podendo ser um possível foco de dengue.
"O que estamos encontrando aqui é lastimável. É menos do que zero. Quando começamos, não tínhamos nada, e agora temos menos ainda porque reerguer isso aqui depois de um ano e meio fechado e abandonado é uma missão quase impossível, que estou confiando apenas a Deus para me ajudar, pois infelizmente, durante esse abandono, dessa antiga gestão que detonou tudo, tivemos uma omissão de todos os órgãos públicos, que não estiveram aqui para defender as pessoas que não estavam sendo julgadas pela Justiça, mas sim para defender o público que precisa da Fada", desabafa Cota.
A presidente da Fada, Maria da Conceição Aguiar Santos (Fada). Foto: Natália Fernandes/Portal Imbiara
Ajuda da comunidade se faz necessária para o momento crítico da Fada
Cota lembra que quando saiu da instituição, a Fada estava atendendo 600 pacientes. Segundo a presidente da associação, para reativar esse trabalho é necessário muito apoio da comunidade, do Poder Público e das empresas. "Peguei a Fada com uma dívida muito grande, que chega a R$ 2 milhões, então só conseguiremos reativá-la se conseguirmos essas parcerias novamente. O que precisa ser feito e não foi feito até agora é uma conscientização do quanto a Fada era importante para o município e para a região. Tínhamos pacientes de toda a região, tudo gratuito. Quando me afastei, tínhamos mais de 200 crianças com transtorno e autismo em atendimento. Agora, quase todas estão sem nada. É uma regressão", explica Cota.
Ao fornecer o contato para acolher futuras parcerias, Cota afirma que a Fada está sem água, luz e telefone. "Não temos nada. Tem apenas o meu telefone, que é 99813-8644 (também é WhatsApp). As pessoas interessadas podem entrar em contato comigo, pois precisamos da comunidade para formar uma equipe de resgate novamente, se a instituição ainda for de interesse de todos. Sozinhos não conseguiremos".
A região central era uma das contempladas com o estacionamento rotativo. Foto: Natália Fernandes/Portal Imbiara
Gestão do estacionamento rotativo
Essa crise financeira fez a Fada perder a gestão do estacionamento rotativo em março de 2022, quando houve a suspensão definitiva da oferta do serviço no município. "A gestão que me substituiu também perdeu o controle do estacionamento rotativo, mas agora temos questões urgentes, principalmente a religação de água e luz, o levantamento de patrimônio e a reorganização patrimonial. Está tudo negativado e não conseguimos nem fazer convênios. Estou tentando abrir uma conta para doações, pois as contas da Fada foram fechadas. Quanto ao estacionamento, parece que o prefeito já abriu o edital e contratou a empresa. Primeiro, precisamos arrumar a casa para depois assumir outras responsabilidades".
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