Os números apresentados da Polícia Civil são de crimes ocorridos entre 2020 e 2023
Durante a tribuna do vereador Investigador Rodrigo (PP), na Câmara Municipal de Araxá, na última terça-feira (25), foram divulgados dados da Polícia Civil de Minas Gerais sobre os índices de homicídios praticados no município nesse período. Os dados indicam que a maior parte dos crimes de morte foi cometida por pessoas de fora de Araxá.
O levantamento revela que 47% dos homicídios foram cometidos por pessoas naturais de Araxá, enquanto 53% foram praticados por indivíduos de outras localidades. Em números absolutos, 24 araxaenses e 33 pessoas de fora da cidade estiveram envolvidas nesses crimes ao longo dos quatro anos. A mesma distribuição é observada nas vítimas: 21 eram naturais de Araxá e 32 de outras regiões.
O ano de 2022 registrou o maior número de homicídios, com 18 mortes. Seguiram-se 17 homicídios em 2023, 11 em 2020 e 7 em 2021.
O gráfico também revela um comparativo entre homens e mulheres: a maioria dos autores dos homicídios é do sexo masculino, com 54 indivíduos, enquanto apenas 4 mulheres estiveram envolvidas. Quanto às vítimas, 47 eram homens e 7 mulheres.
Em relação às motivações dos homicídios, as brigas e atritos lideram, com 15 registros nos quatro anos. Crimes relacionados ao tráfico de drogas somam 8 casos, seguidos de vingança e atritos familiares, com 6 registros cada.
Quanto ao tipo de armamento utilizado, as armas brancas (objetos cortantes ou perfurantes, como facas, machados, martelos, punhais, espadas, socos ingleses, entre outros) foram as mais empregadas nos homicídios, com 36 registros. As armas de fogo aparecem em segundo lugar, representando um terço do total de armas brancas utilizadas.
Ainda de acordo com o ATLAS DA VIOLÊNCIA do ano de 2024, divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Araxá tem uma taxa de homicídios de 11,6. Para calcular essa taxa, considera-se os homicídios registrados e os "homicídios ocultos", que são mortes violentas classificadas como de causa indeterminada, mas que provavelmente foram homicídios. Esses homicídios ocultos são identificados por meio de técnicas de machine learning que analisam dados de mais de 3 milhões de mortes violentas no Brasil, buscando padrões entre vítimas e circunstâncias dos casos.
Em 2022, o Brasil registrou 46.409 homicídios, o que dá uma taxa de 21,7 homicídios por 100 mil habitantes. No entanto, ao incluir os homicídios ocultos, a taxa sobe para 24,5 homicídios estimados por 100 mil habitantes. A metodologia utilizada considera não apenas os homicídios registrados, mas também aqueles que foram inicialmente classificados de forma errada. Essa abordagem também é aplicada em municípios, onde as taxas de homicídios podem ser distorcidas dependendo da quantidade de homicídios ocultos.
Em 2022, 1.548 municípios não registraram homicídios, nem estimaram homicídios ocultos, resultando em uma taxa de homicídios igual a zero nesses locais. Ao analisar os municípios por tamanho populacional, observa-se que as grandes cidades têm uma prevalência maior de homicídios, tendência já discutida em estudos anteriores.